Sunday, March 30, 2008

Descriativização

Sofá "PIxel" com design de Cristian Zuzunaga.

É bom sermos apanhados por uma lufada de ar fresco de vez em quando. Isso pode acontecer no que vemos e no que fazemos. E por lufada de ar fresco quero dizer: criatividade!
Olhar as coisas por um prisma diferente, alternar no caminho para casa, ousar, divergir, pensar assimetricamente, criar uma receita diferente com os mesmos ingredientes, dar a volta a um problema. Estes são exemplos de como no dia a dia a criatividade pode ser o nosso braço direito.
Difícil é de entender como neste Mundo somos frequentemente divididos entre a mancha standard padronizada, que obedece sempre aos mesmos comportamentos, constante, das quais pouco de novo se pode esperar, e os "desvairados" ou com alma de artista, mesmo que não se dediquem a nenhuma actividade no ramo.
E "desvairados" porquê? Simplesmente porque procuram uma outra forma de expressar, uma outra forma de mostrar, em vez de irem pelo mesmo caminho, procuram outro, uma outra auto-estrada, um outro desvio.
É esta a verdade: a sociedade não está preparada para lunáticos, no bom sentido da palavra, ela menospreza-os mesmo que as suas propostas sejam boas, ridiculariza-os até. O próprio sistema educativo assim o faz, e por experiência própria o senti. Não tanto nos anos iniciais mas, pelo contrário, quanto mais progredimos, chegando ao ensino superior, e por aí em diante, somos cada vez mais incutidos em não sair da norma, em não ousar, em não fazer algo criativo. Somos deseducados da criatividade e do que de forma livre podemos fazer!
Os Galileus dos tempos modernos são os criativos...

Thursday, March 20, 2008

Pais e filhos - take 1

E porque hoje é dia do pai, ou melhor, e vendo agora as horas... e porque ontem foi dia do pai, uma pequena reflexão sobre a forma como as figuras patriarcais tendem a ver-nos para sempre nas suas vidas...
... eternos pequenotes de pequeno, aliás pequeníssimo, palmo, mesmo que o nosso corpo adquira proporções colossais. Sim custa-lhes muito a crer que saímos das "saias" e que ganhamos vida própria. Faz parte dizem muitos... Realmente talvez só chegando lá é que se entende...
Mas tudo se torna evidente naqueles anos que, na maior parte dos casos como jovens universitários, nos deslocamos para viver numa outra cidade regressando apenas ao ninho original pelo fim-de-semana ou fins-de-semana esporádicos. Aí bem se notam as diferenças, mais do que muito... bem mais!
Pois bem, a verdade é que nem tive oportunidade de passar grande tempo na casa mãe estas férias da Páscoa, mas a verdade é que em alguns aspectos este pouco tempo já são o suficiente para nos pôr os nervos em franja: pontos de vista diferentes e a não aceitação de uma diferente perspectiva... ui tanta coisa.
OK 'a la' maneira Hollywoodesca, há que acabar alguns posts deste blog com uma tonalidade mais cor-de-rosa...
A nossa vida sem os pais não seria a mesma, nem a deles sem nós (vá e por aspectos positivos).

Friday, March 7, 2008

De pequenino se torce [e entorta] o pepino

Simplesmente não somos circuitos fechados, as influências do exterior, tudo o que vai acontecendo ao longo da nossa vida marca-nos de alguma forma, molda-nos, afina-nos umas vezes para o melhor outras vezes para algo pior.
Não é apenas ao medir as consequências dos nossos actos, o como vamos agindo, que isso acontece, podem ser também os outros a toldar-nos a perspectiva sobre algo, ou fazer com que como se tudo víssemos se torne luminoso e incrivelmente apetecível. Tanto uma como outra podem não ser muito positivas dependendo dos ângulos.
Pois bem, e quanto ao efeito deturpador esse vai-nos sendo incutido desde que nascemos, desde a inclusão no nosso imaginário de ideias pré-concebidas e estereótipos de como encarar a sociedade, uns necessários, outros nem tanto.
Alguns deles podem marcar-nos para o resto da nossa vida, podemos mudar essas nossas ideias, é certo, mas de certa forma por termos encarado algo como errado ou menos digno esse estigma permanece por mais tempo.
Na educação isto também é importante. Ainda sou do tempo em que o muitos professores opinavam sobre o que consideravam ser artes maiores ou menores e aqui está, em certo ponto, a raiz de alguns problemas.